Líderes de empresas dos mais diversos tamanhos e segmentos estão cada dia mais conscientes de que uma boa governança corporativa cria valor não somente para os negócios, mas também para todos os envolvidos de forma direta ou indiretamente.
Nas startups não deve ser diferente, no entanto, percebemos que muitas vezes os líderes deste segmento, apesar de saber a importância da governança corporativa, não conseguem implementá-la porque estão com foco no crescimento das suas operações.
O que é governança corporativa e a sua importância
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas, segundo definição do IBGC, Instituto Brasileiro e Governança Corporativa.
Segundo Betsy Atkins, cofundadora de empresas de tecnologia, executiva responsável por vários IPOS e especialista em governança corporativa, em seu artigo publicado no Forbes Magazine sobre o tema, um dos fatores mais críticos na construção e liderança de um negócio de sucesso é ter uma governança corporativa de classe mundial.
“As startups de rápido crescimento geralmente constroem o avião enquanto o pilotam, mas as mais bem-sucedidas são aquelas que estão genuinamente focadas em entregar valor a todos os seus principais interessados” comenta Betsy.
“Com muita frequência, vimos líderes de empresas com foco nas ações errados, com resultados que podem ser recompensadoras no curto prazo, mas são insignificantes e potencialmente prejudiciais para o sucesso sustentável do negócio no longo prazo. Todos nós já vimos isso e sabemos como essas histórias terminam” salienta Betsy.
Benefícios da adequação das startups aos principais da governança corporativa
Os Bancos e Instituições Financeiras, realizam diversas analises antes investir nas empresas, incluindo a forma como as organizações fazem a gestão dos princípios da governança corporativa. Este item tem um peso muito importante nesta análise, uma vez eu, empresas que os seguem, têm uma gestão organizada e, portanto, transmitem mais credibilidade ao mercado.
“Existe muito dinheiro de investidores estrangeiros querendo aportar no Brasil, mas eles não encontram startups preparadas para receber o investimento. As instituições que não estabelecerem a Governança Corporativa em seu escopo vão ficar fora das rodadas de capital”, afirma Ana Paula, advogada, executiva c-level, conselheira certificada e mentora de startups em uma matéria publicada no Inovativa Brasil, um movimento que busca abranger e conectar comunidades de todo Ecossistema de Empreendedorismo.
Diante deste cenário, algumas importantes Instituições e Associações que fomentam a boa governança, passaram a analisar o cenário das startups e propor adaptações as tradicionais regras, com o objetivo de ampliar a consciência das empresas ao tema e consequentemente a adequação das operações.
Adaptação das regras tradicionais de governança para o cenário das startups
Um bom exemplo de uma ação para fomentar a governança corporativa nas Startups é a Agenda Positiva de Governança criada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
A Agenda Positiva de Governança Corporativa, destaca 15 medidas importantes que devem ser tomadas pelos líderes das organizações apoiadas em 6 pilares: ética e integridade; diversidade e inclusão; ambiental e social; inovação e transformação; transparência e prestação de contas e conselhos do futuro.
15 Medidas importantes para a startups se adequarem a governança corporativa
- Garantir através de medidas e ações que todos os colaboradores diretos ou indiretos da organização, tomem as suas decisões diárias embasadas no propósito, missão, visão, valores e princípios da organização. Tendo consciência que todos os comportamentos têm um impacto direto na organização e na sociedade como um todo.
2. Ter uma cultura organizacional e modelo de negócios integrados aos seis pilares da Agenda Positiva de Governança (ética e integridade; diversidade e inclusão; ambiental e social; inovação e transformação; transparência e prestação de contas; e conselhos do futuro).
3. Cuidar e promover ações junto aos seus colaboradores, clientes, fornecedores, sócios e demais partes interessadas, visando garantir relacionamentos baseados nos mais sólidos princípios de integridade, não esquecendo também de considerar os relacionamentos entre o público e o privado.
4. Levantar e divulgar ao mercado indicadores e business case para incentivar a adoção de práticas ligadas às questões ambientais, sociais e de governança corporativa
5. Atuar ativamente no mercado com a contribuição para a elaboração de leis regulações, políticas públicas e padrões com o objetivo de incentivar as demais organizações adotarem as melhores práticas em relação as questões sociais, ambientais e de governança corporativa.
6. Promover ações para estimular o mercado e o consumo de produtos e serviços sustentáveis investindo em inovação, pesquisa e desenvolvimento.
7. Estimular e adotar diferentes modelos de decisão baseados na experimentação.
8. Estabelecer parcerias com centros de estudos e institutos com o objetivo de fomentar o empreendedorismo e promover o ecossistema de startups.
9. Treinar e capacitar os seus colaboradores com o objetivo promover um contexto de negócios: mais íntegro, transparente, sustentável, diverso e inovador.
10. Adotar os princípios básicos da governança corporativa nas atividades que norteiam a gestão e o diálogo da organização com as partes interessadas.
11. Demonstrar de forma clara e objetiva as formas com que a organização gera valor ao longo do tempo, divulgando sempre informações integradas de natureza econômico-financeira, social, ambiental e de governança corporativa com igual nível de qualidade e confiabilidade.
12. Garantir uma comunicação clara, completa e concisa de todas as ações da organização, tanto para o público interno quanto para o externo, levando em consideração a percepção das partes interessadas sobre os impactos causados pela organização.
13. Implantar processos seletivos e programas de incentivo que reconheçam e desenvolvam líderes empáticos – que demonstrem capacidade de escuta ativa, vontade de servir, liderança horizontal, colaboração e abertura ao dissenso.
14. Criar um ambiente de confiança e segurança psicológica para que as pessoas possam divergir entre si, reportar erros e irregularidades, manifestar dúvidas e preocupações e oferecer suas contribuições abertamente.
15. Promover e ampliar a cultura inclusiva na organização, com a elaboração de programas com foco na diversidade e inclusão, alocando de recursos financeiros e pessoas dedicadas para a sua implementação.
Conclusão
Todas as organizações dos mais diferentes tamanhos e segmentos de mercado, inclusive as startups, precisam de processos de governança corporativa, para suportar as suas operações, se tornarem mais competitivas e consequentemente alcançarem os melhores resultados.
O caminho para implementar uma governança corporativa é ter acesso a todas as informações da empresa, de forma confiável, integrada e em tempo real. Para alcançar isto, é necessário que a empresa implemente um ERP, sistema de gestão empresarial, com isto conseguirá ter acesso a todas as informações relevantes para gestão de forma completa e integrada, possibilitando estabelecer todos os processos de governança corporativa.
Exsitem diversos tipos de ERPs no mercado, direcionados as empresas dos diferentes segmentos e portes. Um dos fatores que devem ser levados em consideração antes de escolher qual ERP implementar, é se este irá atender as atuais e futuras necessidades da empresa.