Na última década, o modelo de entrega de software como serviço (SaaS) se tornou o novo padrão quando se trata de aplicações e sistemas para negócios. De fato, hoje, é comum que organizações de todos os portes e segmentos desfrutem dos benefícios de aplicações de escritório, CRM e ERP em nuvem, isso só para citar alguns exemplos.
Segundo previsões do Gartner, o mercado global de nuvem pública deve crescer mais de 20% em 2022, totalizando US$ 494,7 bilhões. Assim como em anos anteriores, o SaaS continua sendo o segmento com maior investimento e deve atingir a impressionante cifra de US$ 176,6 bilhões.
Contudo, fica o alerta: nem todo SaaS é uma solução verdadeiramente em nuvem. Muitas empresas comercializam soluções e aplicativos de negócios que estão apenas hospedados na nuvem. Trata-se, portanto, de um “fake cloud”.
A seguir, você irá descobrir como as soluções nativas e hospedadas em nuvem se diferenciam entre si e como isso pode impactar a operação do seu negócio. Confira!
Cloud ou fake cloud: entenda a diferença
Milind Govekar, vice-presidente do Gartner, disse que “não há estratégia de negócios sem estratégia de nuvem”. Isso deixa evidente que a nuvem não é algo tão simples e padronizado e, portanto, suas soluções, plataformas, infraestrutura, etc. devem ser escolhidas com cuidado, considerando todas as caraterísticas.
Nesse sentido, é fundamental diferenciar as soluções nativas em nuvem daquelas hospedadas em nuvem.
Considere, por exemplo, que você adote um ERP em nuvem. Isso significa que ele foi nativamente desenvolvido para operar nesse ambiente, em uma instância que atende a sua empresa e todos os clientes simultaneamente, em uma infraestrutura compartilhada.
Os controles no código subjacente mantêm cada empresa contratante do sistema em “unidades” lógicas exclusivas e seguras. Esse agrupamento de recursos, conhecido como multilocação, é o que garante a verdadeira agilidade e escalabilidade da nuvem.
Em caso de atualizações, por exemplo, há apenas uma instância a ser atualizada e todos os clientes passam a desfrutar dos novos recursos simultaneamente.
Por sua vez, um ERP hospedado na nuvem é construído em uma plataforma de várias instâncias. Nesse caso, cada cliente ou locatário recebe seu próprio servidor.
Para escalar, novos servidores devem ser adicionados manualmente, o que é caro, demorado e difícil de manter.
Em caso de atualização, o software mais recente deve ser instalado separadamente para cada instância, atrasando significativamente sua capacidade de se beneficiar de novos recursos.
Vantagens de uma solução ERP em nuvem verdadeira
Agora que você já sabe a diferença básica entre “true cloud” e “fake cloud”, é hora de entender quais as implicações práticas da adoção desses tipos de soluções na sua empresa. Para isso, considere os seguintes aspectos:
Atualizações e manutenção
Uma solução de ERP em nuvem verdadeira garante atualizações gratuitas, automáticas e frequentes que não resultam em tempo de inatividade ou interrupção das operações.
Já uma solução de nuvem falsa não oferece essas vantagens. Isso ocorre porque, geralmente, o provedor de hospedagem não é responsável por atualizações de software.
Sendo assim, os fornecedores, em geral, não efetuam pequenas correções ou atualizações frequentes e aguardam até que haja melhorias consideráveis a serem feitas.
Como consequência, são realizadas atualizações demoradas, que podem gerar grande tempo de inatividade das operações. Adicionalmente, os usuários precisam lidar com diversas modificações repentinas, o que impacta negativamente a experiência de uso.
Além disso, como já mencionado, as soluções fake cloud possuem diferentes instâncias, o que significa que cada uma delas precisa ser atualizada individualmente.
Segurança
Um ERP em nuvem verdadeira é atualizado continuamente com novas funcionalidades e correções de bugs. Tudo isso sem nenhum tempo de inatividade.
Além disso, em geral, as soluções nativas em nuvem utilizam os principais provedores globais de cloud computing, onde a segurança é sua maior prioridade.
Em uma nuvem falsa, você terá várias atualizações grandes e potencialmente arriscadas ocorrendo algumas vezes por ano. Até que seu fornecedor agende atualizações para seu ambiente, sua empresa terá que conviver com eventuais bugs, o que pode deixá-la exposta a riscos de segurança.
Soma-se a isso o fato desse modelo de SaaS utilizar diversas instâncias, o que significa que os provedores precisam defender centenas de fortalezas ao mesmo tempo, em vez de apenas uma.
Desempenho
Com um ERP em nuvem de verdade, você pode ter a certeza que sua empresa conta com uma solução desenvolvida para lidar com mudanças rápidas de forma transparente. Isso significa que é possível expandir rapidamente seu sistema conforme necessário, ao mesmo tempo em que atende facilmente às necessidades de uma força de trabalho altamente móvel e global.
Por outro lado, com uma solução “fake cloud”, o fornecedor deve ter a equipe e o hardware necessários disponíveis para aumentar manualmente a capacidade ou implantar novos recursos.
Dependendo do fornecedor, isso pode ser um ponto problemático e pode levar a tempo de inatividade, atrasos no serviço e velocidade reduzida.
Integração e customização
Com um ERP em nuvem de verdade pode ser facilmente integrado com outras soluções em nuvem e no local.
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Além disso, as soluções nativas em nuvem fornecem a flexibilidade para atender às suas necessidades comerciais exclusivas, oferecendo alto nível de customização.
Em uma nuvem falsa, a integração e a personalização tornam-se aborrecimentos caros que podem ser instáveis.
As soluções de nuvem hospedadas não são inerentemente projetadas para facilitar a integração e também podem ser caras para implementar e manter.
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